segunda-feira, 18 de julho de 2011

As noites brancas de São Petesburgo

Chegar à Rússia é mais do que já sonhei. Quando criança sonhei em viajar para muitos lugares, mas nunca com a Rússia, sempre muito fria e com um alfabeto tão diferente....o cirílico. E o nome Fiódor Dostoiévski falando sobre as noites brancas parecia-me completamente maluco.
São Petesburgo foi fundada em 1703 como capital Russa pelo Imperador Pedro,o Grande. Os longos espaços, a suave linha do rio Nieva e os canais são elementos arquitetônicos básicos da cidade.
Durante os seus poucos mais de 300 anos, São Petesburgo sofreu várias calamidades. O bloqueio de 872 dias, entre setembro de 1941 a janeiro de 1944 é considerado o mais terrível na história da humanidade. Estima-se que 1 milhão de pessoas morreram de fome e frio. Três inundações do rio Nieva também concorreram para a destruição da cidade.
Felizmente estes desastres naturais e humanos não foram suficientes para destruir a beleza da cidade e o orgulho do seu povo.
Ao ser fundada a cidade recebeu o nome de São Petesburgo, ou a cidade de Pedro. Após, entre 1914 e 1924, o nome mudou para Petrogrado, com o mesmo sentido, mas russa, já que São Petesburgo soa muito germânico. Já de 1924 a 1991, foi conhecida como Leningrado, em homenagem a Lenin. Em 1991, após plebiscito, voltou a se chamar São Petesburgo.
Andamos na cidade conhecendo as pontes, a Igreja do Sangue derramado, e aproveitamos a maior parte do nosso tempo dentro do Museu Ermitage. Este Museu já foi a residência de inverno dos Imperadores e foi iniciado por Catarina II, a Grande (que matou o seu marido para se tornar a imperatriz). Iniciou-se museu após aquisição de 225 telas de pintores europeus.
A beleza do museu e sua coleção são inimagináveis, mas o realmente impressionante é o fato de que todas as peças foram adquiridas, compras e pagas com a finalidade de representar o melhor das artes. Não há registro de nehuma obra que tenha sido produto de saque ou invasão.
Lá encontramos Da Vinci, Rodin, Rembrant, Renoir, Monet, Picasso, Degas, Matisse, Van Gogh entre tantos outros, não menos maravilhosos.
Foram mais de 3 horas de visitação, com uma guia rígida e rápida, sem interrupção para banheiro ou água.
São Petesburgo é também conhecida pelas pontes metálicas, que se abrem para permitir a passagem dos navios que seguem para o golfo da Finlândia e que, nos meses navegáveis, alteram a rotina dos moradores que são obrigados a ajustar seu ritmo com o horário das pontes levadiças.
Após, hora do almoço e outra grata surpresa. Fomos para um palácio e recebido com espumante, seguido de uma cremosa vodka nacional. Após, salmão defumado, caviar e salada. Prato principal - strogonof.
Serviço perfeito, comida deliciosa, cidade belíssima; o que pode faltar? O rio Nieva ou Neva. Suas margens, suas barraquinhas de souvenir, repletas de Matrioskas, ovos Feberger, relíquias comunistas e tantos outros "gifts".
Por fim, apreciar os noivos que aproveitam o verão e enchem as ruas e monumentos para fazer a foto do momento inesquecível.
Foram muitas horas de passeios, fotos e surpresas.
Mas onde estavam as noites brancas?
Noites brancas acontecem quando "uma alva apressa-se em suceder a outra, dando a noite só meia hora", ou quando durante a noite o crepúsculo é tã claro que se pode ler sem luz elétrica.
Diz-se que as noites brancas são quando se pode ouvir musica e gargalhadas pelas ruas, permitem-se festivais de jazz, rock, cinema e bailes de formaturas das escolas, personificando a maturidade.
Eu e Ana Lucia decidimos conhecê-la, mesmo que de dentro do navio, já que este só partiria após meia noite. E brindamos em sua homenagem. Cheers!!!




















Um comentário:

  1. Que bacana as fotos e o que voce escreveu!
    É surpreendente haver poesia no mundo hoje em dia.
    Saudades!

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