domingo, 3 de abril de 2011

Comunicação

Para alguem que veio para um país do qual não fala a língua, escrever a respeito de comunicação é um estudo científico.
Quando decidi vir como estudante, a escola Frances King se responsabilizou por mim. Depois de toda a parte formal é que vem a parte interessante - nós, os alunos.
Somos de muitos lugares do mundo, como já escrevi antes. Apesar das grandes diferenças, os sentimentos continuam existindo e acontecendo. Os hormônios não falam uma língua específica, mas entendem de química.
Assim, a paquera corre solta na porta da escola e acelera o aprendizado. Não pra mim, que já estou no declínio dos hormônios, mas para os mais novos é uma sensação!!!
A comunicação absolutamente não é feita de palavras. Talvez as palavras atrapalhem a manifestacao dos sentimentos. E o sentimento não precisa de palavras. Ele acontece!!! E aí? Como expressá-lo?
Conheci um lado humano dos humanos. Quando não consigo expressar em palavras o que estou sentindo, simplesmente olho; as vezes, posso abraçar; e nós nos encontramos e despedimos. A despedida do Luigi foi especial. O Luigi é um italiano com quem me identifiquei e quando ele foi embora nós nos abraçamos e ficamos assim por um tempo. Sem palavras. Apenas expressando a dor e a alegria. A saudade.
A Paula, que foi comigo para Paris, também. Sinto sua falta mas me orgulho da sua volta.
Soonilla (Afeganistão), Gabriela (Uruguay) e eu éramos inseparáveis nas aulas de convesação. A Gabriela foi-se. Durante uma aula, um Iraniano me questionou por não ter filhos ou marido e eu não precisei responder. A Soonila, na língua deles, respondeu e me "defendeu", elogiando a minha independência. Logo ela?!?! Que nunca escolheu o marido e não tira o véu?!
Viver este sentimento tão contraditório nos faz mais humanos. Eu "falei" a respeito dele com a Serena, uma aluna francesa que mora na Córsega ( o local de nascimento de Napoleão Bonaparte) , e chegamos à mesma conclusão -tanto quanto aprender a língua, conviver nos enriquece.
Aqui adotei 3 filhos - 02 francesas e 01 espanhol. São Ludivine, Muriel e José Thomas. A Ludivine é de Guadalupe, um arquipélago na América Central e que é Colônia Francesa. A Muriel, que nasceu na Martinica (América Central) e vive em Paris e o José Thomas, um espanhol de Madri, formado em história da arte, que resolveu tentar a vida em Londres. Todos europeus.
Nós nos entendemos bem e quando não conseguimos expressar em palavras, nos abraçamos e nos perdoamos pela limitação.
Já não sinto falta de brasileiros na sala de aula e, mesmo os reconhecendo, não falo português.
Estas são alguma fotos das nossas despedidas, que são sempre alegres, tristes e cheias de esperança.

Nossa primeira turma, com muitos brasileiros, pois janeiro ´são as férias escolares.
Nesta foto - Tudor (Romênia), Ludivine (Guadalupe), Elena, Christian, Willian e Paula(Brasil), HioBin (Coréia do Sul), Milly e Felipe(Brasil), Cláudia (Argentina), Mateus e Waleska (Brasil), Katy (Rússia) e Billy, professor.

Chegaram o Luigi (Italia) eo José (Espanha)

Mesma turma com outro professor (Ralf) e despedida da Cláudia (Argentina)

Outra turma, outro professor, e a tentativa de pronunciar corretamente os nomes, com a ajuda do alfabeto fonético.
Robert (Professor), Kiyo (Japão), Hyobin (Coréia do Sul), Ayumi (Japão), Waleska (Brasil), Muriel (França), Ludivine (Guadalupe), e Soonilla (Afeganistão).
Despedida da Natália. Demorei 2 dias para descobrir que ela era Brasileira.
Nesta foto, Yuma (Japão), Robert, Kyio (Japão), Jose (França), Hyobin (Coréia do Sul), Natália (Brasil), Ludivine (Guadalupe), Waleska (Brasil) e Ayumi (Japão).
A Gabriela, uma uruguaia linda, modelo, que estava trabalhando em Londres e que mudou para Budapeste (Hungria).

Mais despedidas....
Andrea (Italia), Ayo (Japão), Ludivine (Guadalupe), Waleska (Brasil), Jorge (Espanha), Muriel (França), José (Espanha), Natália (Ucrânia), Massumi< Takuya e Takahido (Japão), e Rob (Todos nós gostamos muito deste professor.)


Eu e meus 3 filhos "adotados" em Londres, na despedida da Muriel.
Muriel, eu, Ludivine e Jose Thomas.

2 comentários:

  1. Wal, pode começar escrever o livro "Aventuras de Waleska em Londres" (como viver 10 anos em 1). O blog já é o rascunho do livro. Bjs.

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  2. Querida e amada irmã:
    Ousadia- Quando o coração diz prá coragem: Vá! E a coragem vai mesmo!
    Lágrima: Sumo que sai dos olhos quando se espreme o coração!
    Nosso coração sabe imediatamente aquilo que nossa mente custa a descobrir!
    Tenho orgulho desse coração gigante!!!
    Beijocas.
    Vanessa

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